A vida de cinco pessoas muda significativamente nesta sexta-feira (21). Elas receberam a notícia de que, enfim, poderão realizar o transplante que tanto aguardavam. A primeira captação de órgãos feita neste ano pelo Hospital Santa Rosa, de Cuiabá, começou de manhã e resultará na doação de um pulmão, dois rins, um fígado e córneas para cinco pacientes diferentes, que moram em São Paulo e no Distrito Federal. 6a2w9
Carolina Arruda, médica intensivista e coordenadora da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Adulto do Hospital Santa Rosa, conduziu conduziu o processo de captação. “Conseguir salvar vidas a partir de um óbito é reconfortante para nós, médicos, mas também para a família sobrevivente. Os familiares são fundamentais no processo, que é complexo, com vários protocolos a serem seguidos e muito diálogo”, conta ela.
No caso em questão, o paciente doador já estava na UTI para cuidados há cerca de uma semana, e a morte encefálica foi constatada na quarta (19). Logo em seguida, diversos procedimentos foram realizados, e a corrida contra o tempo tornou-se prioridade.
Imediatamente, a Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Central Nacional de Transplantes foram acionadas. Dezenas de exames vinham sendo feitos para determinar as condições de cada órgão e permitir identificar a compatibilidade entre doador e possíveis receptores.
“A captação de órgãos exige cuidados específicos e vários exames para o transplante. Temos de 24h à 48h após a constatação da morte cerebral para iniciarmos o procedimento de forma ideal”, explica a diretora istrativa do Hospital Santa Rosa, Anne Françoize.
Nesse período, com a anuência da família, o paciente doador é assistido por aparelhos e medicado para que seja possível manter os órgãos viáveis ao procedimento. “Em respeito ao luto da família, nossa luta contra o tempo fica ainda maior”, pontua a diretora.
A partir da liberação para a captação, a médica ou a coordenar a logística do procedimento de captação, que mobilizou várias equipes distintas. A doação foi feita cinco pacientes de São Paulo e Distrito Federal, pois Mato Grosso só realiza transplantes de córneas.
“Como o protocolo é rigoroso, o processo se torna um pouco lento, mas mesmo assim conseguimos agilizar tudo para viabilizarmos a captação dos órgãos”, comenta Carolina.
Uma das prioridades para a médica é o cuidado com a família do doador, que acaba sendo pressionada para tomar decisões importantes em um espaço muito curto de tempo, convivendo com a dor da perda de um ente querido. “Eticamente o procedimento é muito rigoroso e o diálogo com a família é importante e requer atenção”, diz ela.
Doação de órgãos. No cotidiano de uma UTI, a possibilidade de morte cerebral está sempre presente e os profissionais são preparados para acionar o protocolo de captação. Mas como Mato Grosso não realiza transplantes de órgãos, o procedimento é pouco frequente nos hospitais.
“Por isso, hoje é um dia que entra para a história da saúde em nosso estado. Fizemos a captação em tempo viável, resultando na doação de pulmão, dois rins, fígado e córneas – algo muito raro mesmo”, contextualiza a intensivista.
Em 2021, havia 54.964 pessoas no Brasil na lista de espera aguardando por um transplante de órgãos ou córneas. Os dados são do Ministério da Saúde e mostram ainda que a maior demanda é por transplante de rim (31.764 pacientes).
Mais sobre o Hospital Santa Rosa
Com 25 anos de atuação, o Hospital Santa Rosa foi incorporado pelo Grupo Santa em 2019, que planeja a aplicação de mais de R$ 300 milhões em Mato Grosso nos próximos cinco anos para ampliar e modernizar as unidades. Além do Santa Rosa, o grupo istra o Hospital Ortopédico, em Cuiabá, e está construindo a primeira Unidade Avançada Santa Rosa, em Várzea Grande, no complexo do Várzea Grande Shopping.
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